Um Çonho de Natal II - Shirlei Horta

Luiz Inácio piscô os óio várias veis até a figura de Marcus Valério sescafedê.

-- Acho que a bebida tá me fazendo mal, juro que paro de beber depois de amanhã...

Enquanto se encaminhava para o bar, para pegar mais uma de suas últimas doses de uísque, Luis Inácio ouve um barulho familiar. Parece uma ferramenta caindo. Mas quem estaria com uma ferramenta ali, naquele momento? A não ser, claro, que houvesse um roteirista por trás de tudo isso... HAVIA!

Luis Inácio senta-se na poltrona segurando a garrafa e o copo de uísque, imaginando estar sozinho. Tá não!!!!

Otra figura se materializou.... Acontece que o padre Quevedo não foi chamado para essa produção e rogou praga pra todo mundo .....

-- Iiiiiináááácio..... – disse o espírito materializado com voz cavernosa – eeeeeeuuuu sou o fantasma do metalúrgico.......

Luis Inácio olhou melhor, bebeu mais um golinho pra ver se acalmava, e perguntou:

-- Que metalúrgico? Eu não sei nem onde fica a rebimboca da parafuseta, como é que você acha que eu perdi meu mindim?

-- Luuuuuuíiiiisss Inááácio.... você esqueceu onde fica a rebimboca da parafuseta? E a dona Marisa não reclama? É uma saaanta.....

-- Ô fantasma metalúrgico, cê sai logo que já vai dá as meia-noite e eu num gosto de ficar aqui sozinho nessa hora.

-- Só vim lembrá ocê, mizifio, que ocê vai tê que rebolar pra entrar nos quintos dos infernos.... Sua fama já chegou até satanás e nem ele quer você por lá...

-- Ô fantasma, deixeu quieto, quieu num vô morrê tão cedo... Aqui a gente é bem tratado, ó o uísque legítimo que eu tenho....

O fantasma foi se afastando de Luis Inácio enquanto rogava mais uma praga:

-- Vais perder mais um membro, tão inútil quanto o mindim, na mesma rebimboca da parafuseta... É a praga de Satanás!!

Luis Inácio levantou-se e saiu correndo pelos corredores do palácio, até chegar em seu quarto, onde outra surpresa o esperava.